Essa gente bronzeada mostra seu valor
Como amante de futebol, a França é parte marcante de alguns dos meus principais traumas esportivos. O primeiro deles, foi a Copa das Confederações de 2003 que foi realizada na França e vi pela primeira vez o Brasil ser eliminado de uma competição, afinal eu ainda estava mal acostumado com aquela seleção que me deu tantas alegrias e me fez apaixonar pelo esporte na Copa de 2002.
3 anos depois um trauma ainda maior, a derrota na Copa de 2006 pra seleção francesa, o que seria só o começo das tantas desilusões com a amarelinha. Acho que por esses fatores, a associação França e esportes, assim como o Rio Sena, nunca me cheirou bem. Mas se tem algo que cheira bem são os caríssimos perfumes franceses, que são vendidos pelas principais grifes mas que possuem ingredientes raros encontrados em vários cantos do planeta, incluindo aqui na nossa floresta amazônica.
E foi essa mistura de aromas, que chegou a cidade luz e fez com que Paris 2024 fosse mágico. Com notas de picantes e cítricas vieram vieram nossas primeiras medalhas com o bronze de Larissa Pimenta e a prata de Willlian Lima. Exalaram perseverança e só persevera quem não desiste e é leal consigo mesmo, e foi assim que a nossa Fadinha colocou mais uma medalha no peito com apenas 16 anos.
Depois de um bom perfume, é preciso estar elegante, como a equipe feminina de ginástica artística executou com maestria cada movimento trazendo uma medalha inédita e no individual geral, Rebeca já avisou o pessoal que Paris iria virar baile depois de garantir a prata. Trajado elegantemente, um povo guerreiro como o povo brasileiro não desfila, nós marchamos assim como Caio Bonfim marchou pra uma prata inédita.
Marcha para a vitória e nada mais simbólico, nada mais brasileiro que o primeiro ouro vir por meio da luta de uma mulher preta, Beatriz Souza do Brasil. Rebeca saltou e o judô terminou sua participação assim como começou, a equipe brasileira no pódio.
Mas faltava o baile, no começo bateu na trave mas a filha de solo perfumou de forma exuberante. PARIS VIROU BAILE, baile de favela, baile de Rebeca. As estado-unidense reverenciaram é o Brasil no topo.
A onda não veio pro Medina buscar o ouro, mas como um bom brasileiro de gente bronzeada mostrou seu valor e cravou seu lugar no pódio. Tati teve onda e foi pro ouro, mas os juízes… pouco importa, teve sabor de ouro!
O Brasil que é de todos os povos e raças, teve Akio um descendente de japonês com toda a sua arte garantindo o bronze. Seguimos lutando e desse modo Netinho buscou outra medalha histórica no taekwondo!
Em águas francesas, Isaquias remou e buscou uma prata heróica. Piu, que pra chegar em Paris teve que superar barreiras de uma lesão, foi valente e repetiu o bronze de Tokyo. Nas areais foi que Duda e Ana Patrícia garantiram o nosso último ouro no vôlei de praia.
O desacreditado futebol feminino deu a Rainha Marta um grand finale a altura, com a medalha de prata e nossa última medalha foi da modalidade que desde 1992 nos garante medalhas e todo começou com ele, José Roberto Guimarães a frente do vôlei feminino e nossas guerreiras faturaram o bronze.
Sim, fica um gosto de quero mais, de que dava pra termos ido mais longe. De ganhar mais ouros como foi no Rio e Tokyo, mas o que fica é o sinal claro de nossa evolução nos esportes olímpicos, repetimos a nossa segunda melhor campanha da Rio 2016 no número de medalhas. A maioria das medalhas dessa vez foram bronze, bronze como a pela da nossa gente que como os Novos Baianos cantavam lá atrás; CHEGOU A HORA DESSA GENTE BRONZEADA MOSTRAR SEU VALOR!
É só o começo do muito que se vem por aí.
Mercy, Paris. Hello, LA!
Por: Gabs Maciel