Olimpíadas: Opinião sobre o desempenho histórico do Brasil nos Jogos de Tóquio

Os Jogos Olímpicos de Tóquio chegaram ao final no último domingo, dia 8, para a tristeza de muitos, pois foram longos 5 anos de espera, isso mesmo, após a pandemia atrasar em mais um ano a disputa dos Jogos, que tiveram pouco mais de duas semanas de disputas, conquistas, medalhas, vibrações e muitas emoções que ficarão marcadas para sempre na história de mais uma Olimpíada. E os Jogos de Tóquio tiveram um gostinho especial para o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), isso porque o Brasil conseguiu mais uma grande campanha em mais uma Olimpíadas.
O Time Brasil conseguiu simplesmente seu melhor desempenho de sua história em Jogo Olímpicos, batendo seu desempenho dos Jogos anteriores, que foi disputado justamente em solo brasileiro no Rio de Janeiro me 2016. No Rio, o Brasil teve ali seu novo recorde de medalhas no total, melhor posição no quadro de medalhas e conquistas de Ouro. Foram um total de 19 medalhas, sendo 7 de Ouro que colocaram o Brasil no Top 15 entre os melhores países do mundo, ficando na 13° colocação.
Mas para quem pensou que este bom desempenho foi feito apenas porque os Jogos foram realizado em solo brasileiro , se enganou. O reinado do Rio durou pouco, pois o Brasil teve uma excelente performance nos Jogos de Tóquio e conseguiu bater a meta de 21 medalhas estimadas pelo COB. Com isso o Brasil ultrapassou as 19 do Rio, obteve duas medalhas a mais do que na Olimpíada anterior, batendo seu recorde total em número de medalhas e também alcançou uma posição acima do Rio, ficando novamente no Top 15 e terminando na 12° colocação, com 7 medalhas de Ouro, 6 de Prata e mais 8 medalhas de Bronzes.

Os medalhistas de Ouro do Brasil foram: Ítalo Ferreira, no Surfe, 1º campeão olímpico da modalidade, a ginasta Rebeca Andrade, no Salto, a dupla Martine Grael e Kahena Kunze, bicampeãs olímpicas na Vela na classe 49er FX-, Ana Marcela Cunha, na Maratona Aquática, Isaquias Queiroz, na Canoagem, e Hebert Conceição, no boxe, além do Futebol Masculino.
Teve apenas um recorde que o Brasil não conseguiu bater, mas esteve bem perto, que foi o recorde de medalhas de Ouro, onde o maior número conseguido foi no Rio com 7 medalhas douradas. Mas ainda assim o Comitê brasileiro comemorou, pois manteve a media com as 7 medalhas douradas conquistadas novamente. No último dia de competições o Brasil tinha 7 Ouros e ainda teve duas oportunidades para quebrar o recorde, com as finai do Vôlei de Quadra feminino, e a final do Boxe feminino, mas em ambas o Brasil saiu derrotado e ficou com a medalha de Prata. No Vôlei, a seleção de José Roberto Guimarães acabou sofrendo uma dura derrota para os Estados Unidos por 3 sets a 0, se vingando do Brasil, já que as americanas haviam perdido todas as finais disputadas com a seleção e conquistou somente agora seu primeiro ouro em Olimpíadas. Já no Boxe, a favorita e campeã Mundial, Beatriz Ferreira acabou sendo derrotada por decisão dos árbitros nos três rounds, decisão que foi muito questionada.
Assim, o Brasil não conseguiu bater seu recorde de medalhas de ouro, mas manteve sua média de 7 medalhas conquistadas em dois Jogos consecutivos, algo que nunca havia sido alcançado.
E o recorde total de medalhas foi conquistado em uma Olimpíada em que dois dos esportes que mais dão medalhas ao Brasil não se saíram bem, o que poderia ter feito o Time Brasil fracassar. O Voleibol brasileiro foi sem duvidas a grande decepção do Jogos. A seleção masculina de Quadra, a grande favorita na modalidade ficou de fora da final, depois de 4 Jogos Olímpicos seguidos, ao ser eliminada na semifinal pelo Comitê Olímpico Russo (prata) e não conseguiu sequer um pódio, perdendo o Bronze para a Argentina.
Já nas areia o resultado foi ainda pior. Das quatro duplas brasileiras, entre masculino e feminino, o Brasil saiu de Tóquio pela primeira vez, desde a estréia da modalidade nos Jogo sem sequer uma medalha. Agatha e Duda atuais campeãs mundiais e a dupla Bruno Schmidt (atual campeão Olímpico) e Evandro, caíram nas Oitavas de final, enquanto Ana Patricia e Rebeca e Alisson Mamute (atual campeão Olímpico ao lado de Bruno e finalista nos dois últimos Jogos) e Alvaro, foram os que mais longe chegaram, mas ambos caíram nas Quartas. O Vôlei feminino de quadra foi o que salvou a modalidade e o que mais surpreendeu, chegando a final e conseguindo voltar ao Pódio, com uma Prata, depois de ficar de fora dos Jogos do Rio.
Já o Judô, assim como o Vôlei, manteve o histórico de trazer medalhas para a casa, mas saiu de Tóquio com apenas duas medalhas, com os Bronzes de Mayra Aguiar e Daniel Cargnin, Era esperado ao menos 5 medalhas na modalidade pelo menos um Ouro.
Outro que pode ser colocado como “decepção”, pois saiu dos Jogos sem medalha e era, talvez o grande favorito foi Gabriel Medina na modalidade estreante do Surfe, justamente onde o Brasil apostava ate mesmo em uma dobradinha histórica com ouro e prata, pois o país tinha os dois favoritos ao título na estréia da modalidade, além de Medina, Ítalo Ferreira, que inclusive saiu com o Ouro dos Jogos. Medina saiu nas semifinais e acabou perdendo o Bronze.
Mas, não à motivos para se lamentar com as medalhas não conquistadas, pois em Jogos Olímpicos sempre temos favoritos que acabam ficando de fora do pódio, mas à motivos para celebrar pela grande campanha brasileira.
- Opinião sobre o desempenho histórico, crescimento e investimento nos esportes:
Com o ótimo desempenho em Tóquio, batendo seu recorde de medalhas e ficando na 12° colocação, o Brasil confirma o crescimento esportivo que vem alcançando neste século, com aumento de investimento nos esportes e atletas, como o Bolsa Pódio e Bolsa Atleta, que contemplou cerca de 80% da delegação brasileira em Tóquio, que cujo, já havia batido uma marca histórica, pois o Brasil foi ao Japão com sua maior delegação da história em uma Olimpíadas no exterior, perdendo apenas para os Jogos do Rio, onde foi em casa.

Mas, ainda à muito o que se investir e feito nos esportes, já que ainda assim muitos atletas chegaram a Tóquio sem patrocínios e apoio, e seus esportes, mesmo que por pouca visibilidade, recebe pouco apoio e e investimento, e ainda assim temos atletas de altíssimo nível nessas modalidades. Três exemplos: No atletismo, Alison dos Santos e o atual campeão Olímpico do Rio, Thiago Braz chegaram sem patrocínio nos Jogos, e ambos chegaram a finais e conquistaram a medalha de Bronze ao Time Brasil, já no Lançamento de Peso o atleta Darlan Romani (que ficou famoso por treinar em um terreno), chegou à final e ficou a uma posição do pódio olímpico. Agora uma reflexão: Imagina estes atletas com um apoio e treinando em lugares adequados? Ainda a muito o que se investir, princialmente em cidades pequenas pelo Brasil, onde neste momento milhares de crianças e adolescentes tem sonho de se tornarem um atleta olímpico em diversas modalidades.
Mas outro motivo para se comemorar é da grande performance em que o país vem mantendo nos Jogos. Só nos últimos Jogos, contando os Jogos do Rio e de Tóquio e os Jogos Pan-americanos de Lima 2019, o Brasil vem batendo seu recorde à cada disputa. Em Tóquio bateu o recorde de medalhas do Rio e, no Pan de 2019 o Brasil obteve seu melhor desempenho da sua história, ficando na 2/ colocação atras apenas dos EUA, com um total de 171 medalhas conquistadas (55 ouros, 45 Prata e 71 Bronzes). Em Tóquio, o Brasil liderou disparado o quadro de medalhas Sul-americana, sendo o único ao passar da marca das 10 medalhas. Para se ter uma noção, o país sul-americano em que mai se aproximou do brasil em número totais de medalhas foi a Colômbia, com 5 medalhas no total, já em Ouros foi o Equador, com 2 medalhas. Hoje, com muita alegria, podemos afirmar que o Brasil é a segunda potencia americana, de todo o continente, e é a primeira potencia do continente sul-americano nos esportes.