Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro

 Ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro

Na época em que a TV era preto e branco, o futebol brasileiro também era alvinegro. A eterna disputa entre Rio e São Paulo tinha como protagonistas, o Botafogo de Garrincha e o Santos de Pelé. Clubes que formaram a base dos dois primeiros títulos mundiais da Seleção Brasileira nas Copas de 1958 e 1962.

O curioso é que a história desses dois clubes se cruzam ao longo da história, no céu e no inferno. O ano era 1995, o Botafogo se sagrava bicampeão brasileiro, 27 anos depois da sua primeira conquista que havia sido em 1968 ainda com Garrincha. O time de Túlio e Donizete fez história diante de um Pacaembu lotado de torcedores santistas que tal como os botafoguenses há tanto tempo esperavam uma conquista relevante, mas no caso deles a espera ainda duraria mais 7 anos.

E chegamos a 2002, o ano em que os Meninos da Vila, libertaram os “meninos da fila” que viveram uma escassez de títulos. Naquele mesmo ano, o Botafogo conhecia pela primeira vez na sua história o inferno da segunda divisão. Mas o Glorioso rapidamente voltou e se logo reergueu, mas os títulos de expressão tinham ficado no passado e aquela conquista de 1995, ficou como uma estrela solitária em um período de altos e baixos.

E o Botafogo ao longo desses 29 anos viveu um loop, entre pequenas glórias, desilusões e quedas. 3 rebaixamentos, mas em 2023 um facho de luz parecia retomar o caminho na estrada dos louros. Uma campanha avassaladora no Campeonato Brasileiro, uma vantagem considerável, até que deu-se a tragédia! O Palmeiras numa arrancada heróica, sacramenta o golpe numa espetacular virada que vai ficar na história no estádio que dá o nome da enciclopédia da bola, Nilton Santos.

O Botafogo foi de provável campeão a uma vaga chorada na pré Libertadores, enquanto o Santos caía pela primeira vez para a segunda divisão e assim o destino volta a unir duas histórias, ambos conheceram o inferno por razões distintas.

E chegamos então no ano da graça de dois mil e vinte e quatro no qual vive seus últimos dias, e o que podemos dizer é que É TEMPO DE BOTAFOGO! Um ano que nem o mais otimista dos torcedores poderia projetar pro Glorioso, com uma conquista inédita da Libertadores da América, derrotando gigantes consagrados na competição e o tão sonhado tricampeonato brasileiro que por 29 anos o torcedor esperou viver esse momento, quem em 2023 escorreu pelas mãos.

Ah, e o Santos está de volta ao lugar de onde nunca devia ter saído, e no céu, Pelé e Mané sorriem aliviados. Quem ganha é o futebol.Futebol que nos conta histórias como essas, que nos trás a esperança, porque assim como acontece no campo, a vida sempre nos trás momentos de redenção. Talvez pra uns demore mais que pra outros, mas enquanto estivermos são, e salvo e forte. Como cantava Belchior, ano passado eu morri, mas esse ano eu não morro.

por: Gabriel Maciel

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