Ainda dói

 Ainda dói

Estamos a mais de 72 horas após a fatídica eliminação na Copa do Mundo FIFA 2022, e o que tenho a dizer é que ainda dói. E dói como nunca antes havia doído, dói porque não dá pra explicar o inexplicável.

Ainda me lembro daquele primeiro de julho de 2006, quando fomos eliminados pela França, eu chorei. Mas ali era apenas uma criança que pouco entendia de futebol e das coisas da vida, hoje olhando friamente, venceu quem jogou melhor.

Em 2010, a derrota de virada pra Holanda foi dolorida, porque fizemos um primeiro tempo de almanaque e tomar uma virada era inexplicável. Mas a gente sabia das limitações daquele time, e apesar da dor da derrota, tinha um sentimento de que fizemos mais do que se esperava.

2014, na Copa no Brasil, o jogo contra o Chile nas oitavas de final já era o prelúdio que o pior estava por vir. Evidentemente que ninguém esperava um 7×1, mas um placar tão elástico fez também com que a dor fosse menor. Após o quinto gol da Alemanha, grande parte dos brasileiros já haviam saído da frente da TV estavam na internet, rindo da própria desgraça.

Chegamos na Rússia em 2018, com o objetivo de resgatar a honra da amarelinha depois do péssimo desfecho em 2014. E como dizia o senhor Eurico Miranda; ” O respeito voltou”. Mas isso não foi o bastante para conter a forte geração belga que saiu vitoriosa, mesmo o Brasil fazendo sua melhor partida naquela Copa. Doeu a eliminação, mas passou rápido, afinal eram coisas do futebol.

Mas porque agora doeu mais do que em todas essas vezes? Doeu porque nessas ocasiões estávamos perdendo o jogo e quando o juíz apitou, toda esperança já havia sido jogada pelo ralo. Dessa vez não perdemos o jogo, mas estávamos ganhando e faltando menos de 5 minutos o sonho do hexa foi embora.

CINCO MINUTOS? O que você faz em menos de cinco minutos? Você prepara um miojo, troca de roupa, escova os dentes e nesse caso, o Brasil perdeu o sonho de continuar lutando pelo hexa.
Há diversos motivos para questionar as escolhas do técnico Tite, eleger os culpados, mas o que isso importa agora? A gente perdeu.

Ainda dói, vai doer ainda mais se no dia 18 a taça voltar pra América do Sul e o destino não ser o Brasil. Mas são coisas do futebol, igualamos agora o maior jejum de 24 anos sem um título mundial. E 2026 vem aí com uma Copa num formato inédito, muita coisa pode acontecer e pouco se pode prever.

Bom, daqui pra frente restam as comédias natalinas e as confraternizações regadas a muita comida e bebida pra amenizar a tristeza. Um sonho de 4 anos destruído em menos de 5 minutos, dói. Mas como diria o filósofo, a América do Norte é logo ali.

por: Gabriel Maciel

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