Análise da derrota: com reservas Brasil perdeu quando podia perder, mas derrota da alerta

O Brasil entrou em campo na sexta (2), para fechar sua participação na fase de grupos da Copa do Mundo, mas acabou fechando sua primeira fase da pior maneira, com derrota. A seleção tinha até ali um 100% de aproveitamento e poderia ter sido a única equipe à fechar a primeira fase com três vitórias, mas a falta de entrosamento da equipe reserva e gols perdidos acabaram acarretando na primeira derrota da equipe.

O Brasil perdeu com um placar magro, por 1 a 0 para Camarões, que venceu com belo Gol de Aboubakar, grande estrela da seleção africana na Copa, que se despediu com um gol e expulsão, se tornando o primeiro jogador, desde Zidane me 2006 a fazer um gol e ser expulso no mesmo jogo na Copa. Mesmo com a vitória os africanos foram eliminados, mas com gostinho de terminar com uma vitória e contra a melhor equipe do Grupo, o Brasil.

Deu também a terceira colocação à equipe, ficando à frente até da Sérvia (1), apontada por muitos como a segunda favorita a passar no Grupo, mas ficou em último após derrota por 3 a 2 para a Suíça, que avançou empatada com o Brasil (6), e por pouco não roubou a primeira colocação da Seleção.

A derrota não abala. Brasil perdeu quando podia perder. Já estava classificado, e dificilmente perderia, como não perdeu, a primeira colocação do Grupo. A derrota serviu mesmo para derrubar a invencibilidade da equipe de Tite e impedir que a Seleção fosse a única invicta para a segunda fase. Impediu também do Brasil quebrar um tabu de 4 Copas onde a seleção não consegue vencer seus três jogos em primeira fase.

Alias, se tratando de primeira fase, o Brasil não perdia desde a Copa de 1998, quando foi também surpreendido pela fraca Noruega, sendo também a única derrota do Brasil para a seleção.

O Brasil entrou com um time inteiramente reservas, para dar descanso aos titulares e rodagem a jogadores, principalmente minutos para os que ainda não haviam entrado, como Pedro e Everton.

Com pouco entrosamento, o Brasil seguiu se mostrando firme defensivamente com ótima partida de Bremer e Ederson, e só foi sofrer seu primeiro chute a gol neste Mundial no segundo tempo. Mas, mesmo com pouco entrosamento a equipe criou e criou muitas chances, e como diz o popular, “quem não faz, toma”, e foi o que aconteceu, e por isso veio a derrota.

O Brasil criou o triplo de chances de Camarões, foram 21 contra 7, e mais que o dobro nas chances certas, 7 à 3, mas vem sofrendo com o mesmo problema dos primeiros jogos, as chances desperdiçadas e a dificuldade para se achar o primeiro gol rápido. O Brasil não conseguiu abrir o marcador em nenhum dos três jogos no primeiro tempo e termina a primeira fase com apenas 3 gols marcados, pouco para uma equipe com tantos atacantes e com a qualidade de todos e por uma equipe que cria tanto.

E se tem algo que a equipe deve aprender para esta segunda fase é o “quem não faz, toma”. Nas Oitavas isso pode ser muito perigoso, principalmente porque é ganhar ou ganhar, então um 0 a 0 no segundo tempo fará com que equipes vão perdendo o medo e se soltem, e o nervosismo pode atrapalhar e causar derrotas inesperadas. Isso aconteceu com Alemanha, Bélgica, Espanha, Argentina, França e com todas as grandes seleções neste mundial, inclusive com nossa seleção.

De destaque na derrota, podemos citar a grande partida de Ederson, Bremer, Fabinho e principalmente Gabriel Martinelli, melhor em campo da equipe. Destaque também para Rodrygo que teve boa movimentação e buscou o jogo. Dentre os destaques negativos, o principal foi B. Guimarães, que errou tudo que tentou e desperdiçou três boas oportunidades, mas além dele, Antôny, que segurou muito a bola sem objetividade, e novamente G. Jesus que seguiu sem marcar pela equipe e pouco fez no jogo.

A grande baixa foi a noticia que ninguém queria ouvir. Novas lesões mas desta vez ainda mais pesado, pois Alex Telles, que deixou o campo chorando por lesão e Gabriel Jesus foram diagnosticados lesão no joelho e ambos estão fora da Copa, não conseguindo se recuperar à tempo para o restante da competição. Desejamos boa recuperação aos atletas.

Mas, a derrota veio em um momento que se podia perder, mas que se tire lição desta derrota para que não volte a acontecer agora em diante, pois se ocorrer estaremos fora. Precisamos começar a marcar gols, pois com naturalidade iremos controlar o jogo e temos uma ótima defesa que dificilmente é vazada. Precisamos de Neymar. Esta Copa já mostrou que é sim a mais equilibrada dos últimos tempos e pode acontecer de tudo daqui pra frente. Seguimos!